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Gestão de Riscos e Cultura, como se conectam?

A semana passada tive a honra de fazer uma aula no OneMBA da FGV EASP, a convite do professor @Jorge Carneiro, sobre Aspectos Culturais em Crisis Management e Business Continuity.

Gestão de riscos é um tema que tenho estudado sempre, como executiva, conselheira e consultora, além de estar fazendo um aprimoramento, no momento, pelo DCRO (Directors and Chief Risk Officer Institute). Impressionante como é um tema atual e amplo, principalmente nas questões de Business Continuity, desenvolvendo planos com ações preventivas para que as empresas possam melhor se preparar para reduzir o impacto de um potencial risco ou até mesmo tornar algo ruim em algo bom. Isto é, transformar desafios em oportunidades.

E como a cultura de uma organização impacta a gestão de risco?

Relembrando que cultura é a somatória de todos os comportamentos, valores e crenças de cada individuo dentro de uma organização. Embora cultura seja percebida pelas pessoas da base de uma organização, em função de serem a maioria, seu direcionamento e exemplos vêm da liderança sênior.

A confiança,” cola” que une a liderança sênior principalmente, é fundamental para uma cultura saudável e vencedora, pois as pessoas observam os comportamentos do dia a dia dos seus líderes.

Organizações com maior índice de confiança tem também menor burocracia e melhor fluxo de comunicação. A confiança também aumenta a velocidade e qualidade do processo decisório dentro da empresa. Até vieses cognitivos de entendimento dos riscos críticos, problemas e outras adversidades ficam mais fáceis de serem definidas e trabalhadas, quando se tem confiança. A confiança entre os membros da liderança e consequente cultura criada na organização são consideradas fatores chave na gestão de riscos e potenciais crises.

Já vivi momentos dentro de organizações, que certamente poderiam ter tido melhores desfechos se a cultura fosse mais bem cuidada, com maior confiança entre as lideranças e processo decisório mais robusto, sem confiar tanto nos “guts”.

Alguns conceitos relevantes sobre gestão de riscos, resiliência e Business Continuity:

  • Gerenciar riscos é sobre o que impede as pessoas de dormir à noite…. Pessoas bem-informadas tendem a tomar melhores decisões
  • Colocar maior foco em mapear as decisões chaves, ao invés de mapear riscos,
  • Desenvolver maior resiliência organizacional, aumenta também a capacidade de tornar algo ruim em algo bom numa organização
  • Ser capaz de se adaptar às mudanças, chamamos essa capacidade de Business Continuity, onde a resiliência organizacional é uma habilidade chave nesse processo. Incertezas é certo que sempre estarão ao nosso lado
  • Ter longevidade corporativa está relacionado com a habilidade da empresa mudar mais rápido que o mercado, portanto, muita resiliência e BC são necessários na organização. Quantas empresas do famoso livro “Good to Great” de Jim Collins já não existem mais?

Desenvolver um BCP (Business Continuity Plan), assim como qualquer programa relevante dentro de uma organização, requer envolvimento da liderança sênior, definição clara de papéis e responsabilidades, ouvir os diferentes stakeholders, desenvolver documentação necessária, alocar recursos financeiros, talentos e tecnologia apropriados…. e criar um ciclo de melhoria contínua com frequência definida para ser vivido dentro da organização. Se utilizar de experts internos e externos para discutir, construir e manter um BCP, também é uma boa prática.

Mas para que a empresa possa melhor trabalhar no seu BCP para estar mais preparada para lidar com os diferentes riscos é essencial que considere que a crença “isso nunca vai acontecer aqui” não é verdade e buscar se preparar, construindo contingência para a potencial ocorrência.

Como conselheiros distantes do dia a dia da organização,  devemos observar comportamentos das lideranças nos seus diálogos e processos decisórios, além de se aproximar de outros níveis da organização nas visitas realizadas às suas operações de produtos e serviços. Importante também para o conselho recomendar a preparação de BCP e checar se ele tem sido vivido na prática, melhorando sempre.

Sabemos que os riscos em geral para os negócios só têm aumentado e cada vez mais sofisticados: riscos legais, Inteligência artificial, cyber-attack, ruptura da cadeia produtiva, éticos e muitos outros. Trabalhar a cultura para aumentar o nível de resiliência de uma organização coesa é imperativo para gestão de risco!

 

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