Uma pesquisa recente, divulgada pelo jornal Valor Econômico, divulgou que entre as empresas que compõem o Ibovespa, principal índice do mercado de ações brasileiro, 16,1% dos assentos em conselhos de empresas do Ibovespa são ocupados por mulheres. Esse percentual era 11,4% em 2019, e 6,9% em 2016. Nas diretorias também houve crescimento: 12,2% em 2021, ante 9,4% em 2019 e 6,5% em 2016.
Realmente é para comemorar essa evolução mais rápida no ano de 2020, uma vez que até então o crescimento ainda era muito tímido. Entretanto, precisamos lembrar que temos uma grande jornada pela frente no crescimento de mulheres em conselho de administração. De acordo com o Board Index de 2020 da Spencer Stuart, o percentual médio internacional é de 23,8%; e Noruega e França apresentam os maiores percentuais, com 46% e 43%, respectivamente.
Sem querer olhar o copo meio vazio, precisamos estar atentos que aproximadamente 90% das empresas no Brasil são familiares e que, portanto não fazem parte dessa divulgação da Ibovespa. E muitas ainda não possuem um conselho de administração nem um conselho consultivo, isto é, ainda precisam construir uma governança corporativa.
Mas agora olhando o copo meio cheio, espero que notícias positivas do Ibovespa, IPO, internacionalização e crescimento dos negócios possam estimular a vontade das empresas familiares em iniciarem seu processo de governança corporativa. E para aquelas que estão iniciando ou querem avançar mais na governança corporativa é fundamental entender que a diversidade na composição do conselho: de gênero, raça, idade, ideias, classe social, formação e experiência podem trazer um olhar diferenciado ao negócio e alavancar crescimento.