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CONSELHOS DE ADMINISTRAÇÃO – DILEMAS ENTRE ESTRATÉGIA DE MÉDIO/LONGO PRAZOS E QUALIDADE DA EXECUÇÃO DO MOMENTO

A Governança tem como missão, direcionar a estratégia da empresa visando sua longevidade no longo prazo. Disso, ninguém tem dúvidas! Faz parte do papel do conselheiro independente ter esse foco, no dever da governança.

Temos visto muitos livros, artigos, entrevistas etc., com recomendações das tarefas relevantes do conselheiro de administração no conselho, como por exemplo:

  1. Vir preparado para reunião do conselho;
  2. Aportar experiências úteis para a mesa do conselho, que ajudem antecipar potenciais riscos e situações que possam impactar o negócio de forma significativa;
  3. Entender a estratégia e a ideia central da empresa, para ajudar no desenvolvimento dos negócios;
  4. Fazer boas perguntas, no foco esperado. Isso é importante em qualquer reunião, é muito fácil desviar o foco e perder o tempo precioso da reunião;
  5. Levar as discussões para um fechamento apropriado. Discussões inócuas precisam ser evitadas. Sempre, fazer a pergunta para si e para os demais, onde queremos chegar com isso?
  6. Estar confortável com sua posição, sem precisar provar nada a ninguém. Esse é um traço muito importante para um conselheiro que demonstre maturidade na sua função;
  7. Facilitar o relacionamento entre conselho e diretoria.

Esses pontos nos fornecem um guia de como agir, entretanto, cada conselho e cada negócio é único, não existindo uma receita fácil.

Um ponto que gostaria de chamar atenção aqui é o quanto o conselheiro precisa “aterrissar” no que está acontecendo no negócio, no momento. Como está a qualidade da execução da estratégia?

A diretoria precisa de apoio nessa questão; cabe ao conselheiro com maior experiência aproximar-se da gestão para apoiar e orientar. Importante pensar que, temos tido muitas crises, de todos os tipos, as quais impactam significativamente os negócios e que, talvez, a diretoria não tenha vivenciado, ainda, essa experiência.

Mas como fazer isso? Pois, se o conselheiro “entrar muito no assunto”, tem receio de ser questionado por tirar a autonomia da gestão; “se entrar de menos”, não trará o apoio necessário, por não entender o que acontece. Muitas vezes, essa entrada não é facilitada, nem mesmo estruturada.

O dilema e a alternativa de solução

Uma potencial alternativa pode ser exercer o poder de escuta e observação dos conselheiros de uma forma estruturada junto a gestão. Ao invés de apresentações formais de um diretor ou CEO na reunião do conselho, talvez combinar visitas nas áreas da organização, nas operações, painéis de produtos com análise da concorrência, onde outros níveis da organização possam apresentar e interagir com o conselho. Trazendo com isso uma aproximação orquestrada, em conjunto com CEO e diretoria, evitando entradas dos conselheiros ou até acionistas de forma isolada, que possam causar entendimentos e interpretações diversas.

Além de melhor conhecer as questões da execução, irão conhecer também melhor os membros da organização nas suas áreas de trabalho e não somente numa sala de reuniões à frente de um powerpoint.

Ao longo do ano, em conjunto com as reuniões de conselho, é possível dividir esses pequenos eventos, criando uma dinâmica transparente e integradora para ajudar na excelência da execução e moldar o futuro longevo da organização. Preparar uma agenda do ano para essas entradas também pode ser uma boa prática para ajudar o processo de preparação dos dois lados: conselho e gestão.

Creio que toda governança que crie ambientes inclusivos para exposição de ideias, com maior visualização das situações de diferentes formas, terá ganhos significativos trazendo maior integração dos indivíduos.

Publicado em: https://pensamentocorporativo.com/pensamentos_corporativos_04_2022_742/

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